quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Gênero épico - "Os Lusíadas"

A palavra épico vem do grego Épos, narrativa recitação. A poesia épica surge no Ocidente, com Homero, poeta grego que viveu entre os sec. IX e VIII a.C.. Homero escreveu dois poemas que constituíram os primeiros modelos épicos: a Ilíada e a Odisseia. Depois de Homero,o a poesia Épica baseou-se nas composições poéticas da antiguidade clássica. Em Roma, destacou-se a Eneida, de Virgílio.



O Gênero épico possui uma estrutura própria, cujos principais aspectos são:


- Proposição: em que o autor apresenta a matéria do poema;


-Invocação: às musas ou outras divindades e entidades míticas protetoras das artes;


-Dedicatória: em que o autor dedica o poema a alguém, sendo esta facultativa;


- Narração:  a ação é a narrada por ondem cronológica dos acontecimentos, mas inicia-se já no decurso dos acontecimentos ("in medias res"), sendo a parte inicial narrada posteriormente num processo de retrospetiva, "flash-blak" ou "analepse";


- Presença de Mitologia Greco-Latina: contracenando heróis mitológicos e heróis humanos. 




Adaptado de:

http://www.jackbran.pro.br/literatura/critica_lusiadas.html
http://oslusiadas.no.sapo.pt/genero.html

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Análise da Dedicatória de "Os Lusíadas"

Dedicatória (estrofes 6-8)



Na Dedicatória, o narrador elogia o rei, mostrando-lhe o quão grande é o seu império, desde o Oriente até ao Ocidente. Diz-lhe ainda que através dos Lusíadas vai conhecer o povo português.

Camões faz ainda um pedido, para que o rei olhe um pouco para ele que é tão pequeno.



E vós, ó bem nascida segurança
Da Lusitana antiga liberdade,
E não menos certíssima esperança
De aumento da pequena Cristandade,
Vós, ó novo temor da Maura lança,
Maravilha fatal da nossa idade,
Dada ao mundo por Deus, que todo o mande,
Pera do mundo a Deus dar parte grande.

Vós, tenro e novo ramo florecente,
De hua árvore, de Cristo mais amada
Que nenhua nascida no Ocidente,
Cesária ou Cristianíssima chamada,
Vede-o no vosso escudo, que presente
Vos amostra a vitória já passada,
Na qual vos deu por armas e deixou
As que Ele pera Si na Cruz tomou;

Vós, poderoso Rei, cujo alto Império
O Sol, logo em nascendo, vê primeiro;
Vê-o também no meio do Hemisfério,
E, quando dece, o deixa derradeiro;
Vós, que esperamos jugo e vitupério
Do tope Ismaelita cavaleiro,
Do Turco Oriental e do Gentio
Que inda bebe o licor do santo Rio: (...)

Metáfora: Vós, tenro e novo ramo florecente”,

-“E vós” 6estrofe-1linha: A D.Sebastião

-“Maravilha Fatal da Nossa Idade”: Elogio a D.Sebastião



Análise da Invocação de "Os Lusiadas"

Invocação (estrofes 4-5)




Na Invocação o narrador pede ajuda a algo que inventou (as ninfas - tágides do Tejo). Este pede para que tenha um tom digno do povo e dos feitos de que vai falar.

Nestas estrofes, o autor refere ainda as características da epopeia: “elevada, solene, grandiosa, fluente, de grande inspiração” e faz ainda distinção entre poesia épica e poesia lírica, quando se refere á tuba e á flauta, visto que a tuba tem um som mais grave e a flauta um som mais suave e digno deste povo.



E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mi um novo engenho ardente
Se sempre, em verso humilde, celebrado
Foi de mi vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado
Um estilo grandíloco e corrente,
Por que de vossas águas Febo ordene
Que não tenham enveja às de Hipocrene.

Dai-me hua fúria grande e sonorosa,
E não de agreste avena ou frauta ruda,
Mas de tuba canora e belicosa,
Que o peito acende e a cor ao gesto muda.
Dai-me igual canto aos feitos da famosa
Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;
Que se espalhe e se cante no Universo
Se tão sublime preço cabe em verso.


Invocar significa apelar, pedir, suplicar.

Nestas estrofes, Camões dirige-se às Tágides, as ninfas do Tejo, pedindo-lhes que o ajudem a cantar os feitos dos portugueses de uma forma sublime:


"Dai-me agora um som alto e sublimado
Um estilo grandíloco e corrente."

Anáfora é uma figura de estilo que consiste em repetir a mesma palavra no princípio de várias frases.

-“Peito Acende” Dar coragem

-“Que se espalhe e se cante no Universo, Se tão Sublime preço cabe em verso” Ou seja Camões quer que a mensagem se espalhe e que cante no universo os feitos dos portugueses

Análise da Preposição de "Os Lusiadas"

PROPOSIÇÃO (estrofes 1-3)





Na Proposição o poeta expõe o assunto do seu poema e explica o que se propõe fazer.O sujeito (Camões) vai espalhar (acção) por toda a parte (por onde), cantando (como), os feitos dos Homens ilustres (o quê), as memórias dos reis e todos aqueles que se imortalizaram, devido aos seus feitos nunca vão cair no esquecimento. O poeta faz também um pedido para que se pare de falar dos Gregos e das navegações de outros povos, pois irá falar de um povo “mais alto”. Nestas estrofes destaca-se ainda, um herói colectivo – Os Portugueses.




As armas, e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.


A proposição funciona como uma apresentação geral da obra, uma síntese daquilo que o poeta se propõe fazer. Propor significa precisamente apresentar, expor, anunciar, mostrar.

O poeta mostra aquilo que pretende ao escrever a epopeia:
“Cantando espalharei por toda a parte”.

Estrutura de "Os Lusiadas"

A estrutura externa refere-se à análise formal do poema: número de estrofes, número de versos por estrofe, número de sílabas métricas, tipos de rimas, ritmo, figuras de estilo, etc. Assim:

- Os Lusíadas é constituído por dez partes, liricamente chamadas de cantos;
o cada canto possui um número variável de estrofes (em média, 110);
+ as estrofes são oitavas, tendo portanto oito versos; a rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos (AB AB AB CC, ver na citação ao lado);
cada verso é constituído por dez sílabas métricas (decassilábico), nas sua maioria heróicas (acentuadas nas sextas e décimas sílabas).

Sendo Os Lusíadas um texto renascentista, não poderia deixar de seguir a estética grega que dava particular importância ao número de ouro. Assim, o clímax da narrativa, a chegada à Índia, foi colocada no ponto que divide a obra na proporção áurea (início do Canto VII).

A estrutura interna relaciona-se com o conteúdo do texto. Esta obra mostra ser uma epopeia clássica ao dividir-se em quatro partes:

- Proposição - introdução, apresentação do assunto e dos heróis (estrofes 1 a 3 do Canto I);
-  Invocação - o poeta invoca as ninfas do Tejo e pede-lhes a inspiração para escrever (estrofes 4 e 5 do Canto I);
-  Dedicatória - o poeta dedica a obra ao rei D. Sebastião (estrofes 6 a 18 do Canto I);
- Narração - a narrativa da viagem, in medias res, partindo do meio da acção para voltar atrás no tempo e explicar o que aconteceu até ao momento na viagem de Vasco de Gama e na história de Portugal, e depois prosseguir na linha temporal.

Por fim, há um epílogo a concluir a obra (estrofes 145 a 156 do Canto X).
Gravura de Luís Vaz de Camões, autor da obra
Gravura de Luís Vaz de Camões, autor da obra

Os planos temáticos da obra são:

- Plano da Viagem - onde se trata da viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia de Vasco da Gama e dos seus marinheiros;
- Plano da História de Portugal - são relatados episódios da história dos portugueses;
- Plano do Poeta - Camões refere-se a si mesmo enquanto poeta admirador do povo e dos heróis portugueses;
- Plano da Mitologia - são descritas as influências e as intervenções dos deuses da mitologia greco-romana na acção dos heróis.

Ao longo da narração deparam-se-nos vários tipos de episódios: bélicos, mitológicos, históricos, simbólicos, líricos e naturalistas.

Luis de Camões





Sabe-se que o maior poeta português, Luís Vaz de Camões, nasceu provavelmente em Lisboa (Portugal), por volta de 1524 e pertenceu a uma família da pequena nobreza, de origem galega.
Este poeta do classicismoportuguês possui obras que o coloca a altura dos grandes poetas do mundo. Seu poema épico Os Lusíadas divide-se em dez cantos repartidos em oitavas. Esta epopeia tem como tema os feitos dos portugueses: suas guerras e navegações. 
Dono de um estilo de vida boémio, este escritor lusitano foi frequentador da Corte, viajou para o Oriente, esteve preso, passou por um naufrágio, foi também processado e terminou em miséria. Seus últimos anos de vida foram na mais completa pobreza. 
A bagagem literária deixada pelo escritor é de inestimável valor literário. Ele escreveu poesias líricas e épicas, peças teatrais, sonetos que em sua maior parte são verdadeiras obras de arte. 
Criador da linguagem clássica portuguesa,  teve seu reconhecimento e prestígio cada vez mais elevados a partir do século XVI. Faleceu em Lisboa, Portugal, no ano de 1580. Seus livros vendem milhares de exemplares actualmente, sendo que foram traduzidos para diversos idiomas (espanhol, inglês, francês, italiano, alemão entre outros). Seus versos continuam vivos em diversos filmes, músicas e roteiros.

Obras de Camões
1572- Os Lusíadas

Lírica
1595 - Amor é fogo que arde sem se ver
1595 - Eu cantarei o amor tão docemente
1595 - Verdes são os campos
1595 - Que me quereis, perpétuas saudades?
1595 - Sobolos rios que vão
1595 - Transforma-se o amador na cousa amada
1595 - Sete anos de pastor Jacob servia
1595 - Alma minha gentil, que te partiste
1595 - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
1595 - Quem diz que Amor é falso ou enganoso

Teatro
1587 - El-Rei Seleuco.
1587 - Auto de Filodemo.
1587 - Anfitriões

Pinturas do Renascimento


Na Antiguidade, a pintura era vista como um ofício, o que era comum em todas as artes. Os mestres pintores recebiam encomendas importantes e tinham de executar quadros num tempo limitado, com conteúdos pré-definidos e destinados a um fim pré-determinado. Porém, há cerca de 700 anos, os pintores começaram a lutar pela liberdade criativa,   a  emprestar-lhes um conteúdo que não se limitasse ao motivo principal, apenas.

A pintura renascentista caracteriza-se pela aplicação de leis matemáticas e princípios geométricos na composição; vemos isso na 'Ceia' de Leonardo Da Vinci e na 'Transfiguração' de Rafael. Pelo realismo visual e pelo reaparecimento da representação do espaço e do volume, através da perspectiva científica e o claro-escuro, ignorados desde a antiguidade.




Principais pintores da época do Renascimento Cultural, artistas do Renascimento:
Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael e Botticelli

OBRAS DE LEONARDO DA VINCI
 As principais obras de Leonardo da Vinci como pintor foram:


A ceia 

 
Mona lisa

 
 A virgem de granada


 
 O batismo de cristo


 
Madonna litta


 
A sagrada familia

Classicismo

Classicismo: é a face literária do Renascimento, movimento de renovação científica, artística e cultural que marca o fim da Idade Média e o nascimento da Idade Moderna na Europa. O Renascimento é fruto do crescimento gradativo da burguesia comercial e das actividades económicas entre as cidades europeias. 
O Classicismo português começa em 1527, quando o poeta Francisco Sá de Miranda retorna da Itália a Portugal com ideias de renovação literária (caso do soneto, nova forma de composição poética).

adaptado de: http://portaldasletras-magda.blogspot.pt/2011/05/o-humanismo-portugal.html;  http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/classicismo-portugal-principais-autores-caracteristicas-dicas-questoes-comentadas-598965.shtml





Madona, de Leonardo Da Vinci

Humanismo

O humanismo foi uma época de transição entre a Idade Média e o Renascimento.
É o nome da produção literária do período situado entre o final da Idade Média e o início da Idade Moderna, ou seja, entre o século XV e o início do XVI.
O Humanismo português vai desde a nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista-mor da Torre do Tombo, em 1434, até o retorno de Sá de Miranda de Itália, em 1527, momento em que introduziu em Portugal a nova estética clássica, designadamente o soneto, em versos decassilábicos. 
Como o próprio nome diz, o ser humano passou a ser valorizado. Foi nessa época que surgiu uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses não eram nem servos e nem comerciantes. O “status” económico passou a ser muito valorizado, muito mais do que o título de nobreza. Com o aparecimento desta nova classe social, foram surgindo as cidades e muitos homens que moravam no campo mudaram-se do campo para a cidade, sentindo-se declínio do Feudalismo.
As Grandes Navegações trouxeram ao homem confiança na sua capacidade e vontade de conhecer e descobrir várias coisas.  O teocentrismo (Deus no centro do Universo) medieval deu lugar ao antropocentrismo, ou seja, o homem passou a ser o centro de tudo e não mais Deus.
Os artistas começaram a dar mais valor às emoções humanas.É bom ressaltar que todas essas mudanças não ocorreram do dia para a noite e não constituem uma total ruptura com a mentalidade anterior.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Renascimento em Portugal

 O Renascimento é um movimento cultural que se desenvolveu na Europa nos séculos XV e XVI, tendo influência nas artes, nas ciências e em outros ramos da atividade humana. Devido a este aspeto, a  atenção foi de novo voltada para as grandes obras da antiguidade clássica Greco-romana.
O Renascimento nasceu de uma mistura do estilo gótico com as novas inovações do século XV.



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O que é um Portefólio?

Um Portefólio é a junção de trabalhos realizados ao longo do tempo, com o objectivo de acompanhar o desenvolvimento de todos alunos. É um registo muito importante porque faz com que pais e professores acompanhem o desenvolvimento das crianças, para poder controlar e verificar os conhecimentos adquiridos.