quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Estilo Barroco

Nascimento do Barroco
O nome “barroco” deriva da palavra espanhola barueco (que simbolizava uma pérola de forma irregular) e foi atribuído no final do século XVII a este estilo, contendo uma intenção pejorativa derivada ao facto de nessa altura este período ser ainda visto como a fase de decadência do Renascimento. Apenas nos inícios do século XX é que o barroco é devidamente reconhecido.
Este novo estilo artístico – o barroco – nasceu em Itália (Roma), a partir das experiências maneiristas de finais do século XVI e rapidamente se expandiu para outros países europeus, atingindo mais tarde as colónias espanholas e portuguesas da América Latina e da Ásia.
Ao contrário da simplicidade e serenidade do estilo renascentista, o barroco caracterizava-se pelo movimento, pelo dramatismo e pelo exagero. O barroco era uma arte espectacular e faustosa e, nas igrejas, atraía os fiéis, impressionando-os. Por isso foi denominado a arte da Contra-Reforma. No período da Reforma Católica desenvolveu-se a arte da talha na Península Ibérica, vindo a revelar-se uma das mais importantes expressões da Arte Barroca e um dos veículos privilegiados da transmissão dos princípios contra-reformistas. Atraindo o crente, de forma subliminar, levava-o a aceitar as directrizes da Igreja. A arte da talha é um produto de ensambladores, de douradores, de desenhadores e imaginários, presente em toda a arte sacra do período barroco.



Características gerais do barroco
Apesar das diferentes interpretações que se verificaram nos diferentes países e regiões, determinadas por diferentes contextos políticos, religiosos e culturais, este estilo apresentou algumas características comuns, como:

Ø a tendência para a representação realista; Ø a procura do movimento e do infinito;
Ø a tentativa de integração das diferentes disciplinas artísticas;
Ø emocional sobre o racional: o seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio;
Ø busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
Ø violentos contrastes de luz e sombra;
Ø pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida;
Ø a amplitude, a contorção e a exagerada riqueza ornamental, ausência de espaços vazios e o gosto pela teatralidade.



Características da arquitectura
Durante o período barroco, duas tipologias protagonizaram as pesquisas formais e construtivas: o palácio e a igreja. Os arquitectos barrocos entendiam o edifício de forma integrada, como se fosse uma grande escultura, única e indivisível. A sua forma era ditada por complexos traçados geométricos (muitas vezes baseados em formas curvas e em ovais) que imprimiam qualidades dinâmicas aos espaços e às fachadas. Ao mesmo tempo, abandonaram-se os rígidos esquemas baseados nas ordens clássicas.
A arquitectura caracterizou-se pelo uso de colunas, frisos, fron­tões, arcos e cúpulas; nas fachadas curvas e contra curvas e nichos. Como decoração recorreu-se a baixos-relevos, pinturas, mosaicos, mármores e talha dourada.




Pintura
Características da pintura
Na pintura verificou-se, neste período, para além da transformação estilística, o alargamento dos géneros e das próprias dimensões desta forma de arte, de maneira a integrar organicamente os espaços arquitectónicos.

Esta pintura em trompe l'oeil, aplicada em paredes e tectos constituiu uma das mais originais contribuições do Barroco.

Esta actividade artística recorreu a cores quentes (amarelos, vermelhos, dourados), a jogos de luzes e sombras; arte do retrato acentuou-se.





Escultura
Características da escultura

Na escultura barroca procurou-se explorar o dramatismo das figuras representadas, tentando suscitar os sentimentos do observador.

Esta arte caracterizou-se pelo movimento, expressão de sentimentos fortes (dor, sofrimento, paixão) e pelo grande exagero das formas.





Retirado de: http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/historia/historia_trab/barroco.htm

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Resumo Memorial do Convento

Capítulo I
  • Anúncio da ida de D. João V ao quarto da rainha.
  • Desejo de D. Maria Ana: satisfazer o desejo do rei de ter um herdeiro para o reino.
  • Passatempo do rei: construção, em miniatura, da Basílica de S. Pedro de Roma.
  • Premonição de um franciscano: o rei terá um filho se erguer um convento franciscano em Mafra.
  • Promessa do rei: mandar construir um convento se a rainha lhe der um filho no prazo de um ano.
  • Chegada do Rei ao quarto da rainha, decidido a ver cumprida a promessa feita a Frei António de S. José.

Capítulo II
  • Referência a milagres franciscanos que auguram a promessa real: história de Frei Miguel da Anunciação (o corpo que não corrompia e os milagres); história de Sto. António (seus milagres e castigos); os precedentes franciscanos.
  • Visão crítica do narrador face às promessas e milagres dos franciscanos: o mundo marcado por excesso de riqueza e extrema pobreza.

Capítulo III
  • Reflexões sobre Lisboa: condições de vida; visão abjecta da cidade no Entrudo; crítica a hábitos religiosos, à procissão da penitência, à Quaresma.
  • O estado de gravidez da rainha (da condição de mulher comum à sua infinita religiosidade).
  • O sonho da rainha com o cunhado (tópico da traição).

Capítulo IV
  • Apresentação de Baltasar Mateus: Sete-Sóis, 26 anos, natural de Mafra, maneta à esquerda, na sequência da Batalha de Jerez de los Caballeros (Espanha).
  • Estada em Évora, onde pede esmola para pagar um gancho de ferro e poder substituir a mão
  • Percurso até Lisboa, onde vive muitas dificuldades.
  • Indecisão de Baltasar: regressar a Mafra ou dirigir-se ao Terreiro do Paço (Lisboa) e pedir dinheiro pela mutilação na guerra.
  • Encontro de Baltasar Sete-Sóis com um amigo, antigo soldado: João Elvas.
  • Referências ao crime na cidade lisboeta e ao Limoeiro.

Capítulo V
  • Fragilidade de D. Maria Ana, com a gravidez e com a morte do seu irmão José (imperador da Áustria).
  • Apresentação de Sebastiana Maria de Jesus, mãe de Blimunda (Sete Luas) – condenada ao degredo (Angola), por ter visões e revelações.
  • Espectáculo do auto de fé assistido por Blimunda, na companhia do padre Bartolomeu Lourenço.
  • Proximidade de Baltasar Mateus (Sete-Sóis), que trava conhecimento com Blimunda assim que esta lhe pergunta o nome.
  • Paixão de Baltasar pelos olhos de Blimunda.
  • União de Bartolomeu Lourenço, Blimunda e Baltasar, após o auto de fé, tendo o ex-soldado acompanhado o padre e Blimunda a casa desta, onde comeram uma sopa.
  • Apresentação de Blimunda como vidente (quando está em jejum vê as pessoas “por dentro”).
  • Consumação do amor de Baltasar e Blimunda (19 anos, virgem), com esta a prometer que nunca o olhará por dentro.

Capítulo VI

  • Visão crítica das leis comerciais.
  • Narrativa de João Elvas, a Baltasar, sobre um suposto ataque dos franceses a Lisboa (que mais não era do que a chegada de uma frota com bacalhau).
  • Conflito de Baltasar: saber a cor dos olhos de Blimunda.
  • Deslocação do Padre Bartolomeu Lourenço ao Paço para interceder por Baltasar (a fim de este receber uma pensão de guerra) e compromisso de falar com o Rei, caso tarde a resposta.
  • Apresentação, por João Elvas, de Bartolomeu Lourenço como o Voador (as diversas tentativas levadas a cabo pelo padre para voar, justificando-se, este, que a necessidade está na base das conquistas do homem; o conhecimento da mãe de Blimunda, dadas as visões que esta tinha de pessoas a voar).
  • Questão de Baltasar ao padre: o facto de Blimunda comer pão, de manhã, antes de abrir os olhos.
  • Apresentação da passarola a Baltasar, pelo Padre B. Lourenço (S. Sebastião da Pedreira).
  • Descrição da passarola, a partir do desenho que o padre mostra a Baltasar.
  • Convite do Padre para que Baltasar o ajude na construção da passarola.

Capítulo VII
  • Trabalho de Baltasar num açougue.
  • Evolução da gravidez da rainha, tendo o rei de se contentar com uma menina.
  • Rendição das frotas portuguesas do Brasil aos franceses.
  • Visita de Baltasar e Blimunda à zona enfeitada para o baptismo da princesa, estando aquele mais cansado do que habitualmente, por carregar tanta carne para o evento.
  • Morte do frade que formulou a promessa real; fidelidade de D. João V à promessa.

Capítulo VIII
  • Relação amorosa de Baltasar e Blimunda.
  • Procura de Baltasar a propósito do misterioso acordar de Blimunda: esta conta-lhe que, em jejum, consegue ver o interior das pessoas; daí comer o pão ao acordar para não ver o interior de Baltasar.
  • Indicação de Blimunda, a Baltasar, acerca do seu dom: vê o interior dos outros e “vê” a nova gravidez da rainha.
  • Falha na obtenção da tença pedida ao Paço para Baltasar e despedimento do local onde este trabalhava (açougue).
  • Nascimento do segundo filho do rei, o infante D. Pedro.
  • Deslocação de El-rei a Mafra, para escolher a localização do convento (um alto a que chamam Vela).

Capítulo IX
  • Auxílio de Baltasar ao padre Lourenço na construção da passarola, tendo-lhe este dado a chave da quinta do duque de Aveiro, onde se encontra a “máquina de voar”.
  • Visita de Baltasar à quinta, acompanhado de Blimunda.
  • Inspecção de Blimunda, em jejum, à máquina em construção para descobrir as suas fragilidades.
  • Atribuição, pelo Padre B. Lourenço, dos apelidos de Sete-Sóis e Sete-Luas, respectivamente, a Baltasar e a Blimunda (ele vê “às claras” e ela “vê às escuras”).
  • Deslocação do Padre à Holanda, para aprender com os alquimistas a fazer descer o éter das nuvens (necessário para fazer voar a passarola).
  • Realização de novo auto-de-fé, mas Baltasar e Blimunda permanecemem S. Sebastiãoda Pedreira.
  • Partida de Baltasar e Blimunda para Mafra e do padre para a Holanda, ficando aqueles responsáveis pela passarola.
  • Ida à tourada, antes de Baltasar e Blimunda partirem de Lisboa.
Capítulo X
  • Visita de Baltasar à família, com apresentação de Blimunda e explicação da perda da mão.
  • Vivência conjunta e harmoniosa na família de Baltasar.
  • Venda das terras do pai de Baltasar, por causa da construção do convento.
  • Trabalho procurado por Baltasar.
  • Comparação entre a morte e o funeral do filho de dois anos da irmã de Baltasar e a morte do infante D. Pedro.
  • Nova gravidez da rainha, desta vez do futuro rei.
  • Comparação dos encontros de Baltasar com Blimunda e do rei com a rainha.
  • A frequência dos desmaios do rei e a preocupação da rainha.
  • O desejo de D. Francisco, irmão do rei, casar com a rainha, à morte deste.

Capítulo XI
  • Regresso de Bartolomeu Lourenço da Holanda, passados três anos, e o abandono da abegoaria (quinta de S. Sebastião da Pedreira).
  • Constatação do padre de que Baltasar cuidara da passarola, conforme lhe havia pedido.
  • Deslocação a Coimbra, passando por Mafra para saber de Baltasar e Blimunda.
  • Reflexão sobre o papel que cada um tem na construção do futuro, não estando este apenas nas mãos de Deus.
  • Atribuição de bênção a quem a pede, deparando o padre, no caminho para Mafra, com trabalhadores (comparados a formigas).
  • Conversa do Padre com um pároco, ficando a saber que Baltasar e Blimunda casaram e onde vivem.
  • Visita do padre ao casal de amigos e conversa sobre a passarola.
  • Bartolomeu Lourenço na casa do padre Francisco Gonçalves, a pernoitar.
  • Encontro de Blimunda e Baltasar com padre B. Lourenço, de manhã muito cedo, quando ela ainda está em jejum.
  • Apresentação, a Baltasar e Blimunda, do resultado de aprendizagem do Padre na Holanda: o éter que fará voar a passarola vive dentro das pessoas (não é a alma dos mortos, mas a vontade dos vivos).
  • Pedido de auxílio do Padre a Blimunda: ver a vontade dos homens (esta consegue ver a vontade do padre) e colhê-la num frasco.
  • Deslocação de Bartolomeu Lourenço a Coimbra para aprofundar os seus estudos e se tornar doutor.
  • Ida de Blimunda e Baltasar para Lisboa: ela, para recolher as vontades; ele, para construir a passarola.

Capítulo XII
  • Tomada da hóstia, em jejum: Blimunda descobre que o que está dentro desta é o mesmo que está dentro do homem – a religião.
  • Festividades da inauguração da construção do convento e do lançamento da primeira pedra (três dias), a ter lugar numa igreja–tenda ricamente decorada e com a presença de D. João V.
  • Baltasar e Blimunda na inauguração.
  • Passada uma semana, partida do casal para Lisboa.

Capítulo XIII

  • Verificação de Baltasar relativamente ao estado enferrujado da máquina, seguida dos arranjos necessários e da construção de uma forja enquanto o padre não chega.
  • Chegada do padre, dizendo a Blimunda que serão necessárias, pelo menos, duas mil vontades para a passarola voar (tendo ela apenas recolhido cerca de trinta).
  • Conselho do Padre para que Blimunda recolha vontades na procissão do Corpo de Deus.
  • Regresso do Padre a Coimbra para concluir os seus estudos.
  • Trabalho de Baltasar e Blimunda na máquina, durante o Inverno e a Primavera, e chegada, por vezes, do padre com esferas de âmbar amarelo (que guardava numa arca).
  • Perspectivas de a procissão do Corpo de Deus ser diferente do normal.
  • Perda da capacidade visionária de Blimunda, com a chegada da lua nova.
  • Saída da procissão (8 de Junho de 1719) – só no dia seguinte, com a mudança da lua, Blimunda recupera o seu poder.

Capítulo XIV

  • Regresso do Padre Bartolomeu Lourenço de Coimbra, doutor em cânones.
  • Novo estatuto do padre: fidalgo capelão do rei, vivendo nas varandas do Terreiro do Paço.
  • Relação do padre com o rei: este apoia a aventura da passarola, exprimindo o desejo de voar nela.
  • Lição de música (cravo) da infanta D. Maria Bárbara (8 anos), sendo o seu professor o maestro Domenico Scarlatti.
  • Conversa do padre com Scarlatti, depois da lição.
  • Audição, em toda a Lisboa, de Scarlatti a tocar cravo, em privado.
  • Scarlattiem S. Sebastiãoda Pedreira, a convite de Bartolomeu Lourenço (após dez anos de Baltasar e Blimunda terem entrado na quinta).
  • Apresentação a Scarlatti do casal e da máquina de voar.
  • Convite a Scarlatti para visitar a quinta sempre que quiser.
  • Ensaio do sermão de Bartolomeu Lourenço para o Corpo de Deus (tema: Et ego in illo).

Capítulo XV

  • Censura do sermão de Bartolomeu Lourenço por um consultor do Santo Ofício.
  • S. Sebastião da Pedreira recebe o cravo de Scarlatti.
  • Vontade de Scarlatti voar na passarola e tocar no céu.
  • Ida de Baltasar e Blimunda a Lisboa (dominada pela peste), à procura de vontades.
  • Doença estranha de Blimunda, após a recolha de duas mil vontades.
  • Apoio de Baltasar e recuperação de Blimunda após audição da música de Scarlatti.
  • Encontro do casal com o padre Bartolomeu Lourenço.
  • Remorsos de Bartolomeu Lourenço por ter colocado Blimunda em perigo de vida.
  • Vontade de Bartolomeu Lourenço informar o rei de que a máquina está pronta, não sem a experimentar primeiro.

Capítulo XVI
  • Reflexão sobre o valor da justiça.
  • Morte de D. Miguel, irmão do rei, devido a naufrágio.
  • Necessidade de o Rei devolver a quinta de S. Sebastião da Pedreira ao Duque de Aveiro, após anos de discussão na Justiça.
  • Vontade do Padre experimentar a máquina para, depois, a apresentar ao rei.
  • Receio do Padre face ao Santo Ofício: o voo entendido como arte demoníaca.
  • Fuga do Padre, procurado pela Inquisição, na passarola.
  • Destruição da abegoaria para a passarola poder voar.
  • Voo da máquina com o Padre, Baltasar e Blimunda e descrição de Lisboa vista do céu.
  • Abandono do cravo num poço da quinta para Scarlatti não ser perseguido pelo Santo Ofício.
  • Perseguição de Bartolomeu Lourenço pela Inquisição.
  • Divisão de tarefas na passarola e preocupação do Padre: se faltar o vento a passarola começa a cair e o mesmo acontecerá quando o sol se puser.
  • Visão de Mafra a partir do céu: a obra do convento, o mar.
  • Cepticismo dos habitantes que vêem a passarola nos céus.
  • Descida e pouso da passarola numa espécie de serra, com a chegada da noite.
  • Tentativa de destruição da passarola, por Bartolomeu Lourenço (fogo), mas Baltasar e Blimunda impedem-no.
  • Fuga do padre e camuflagem da máquina com ramos das moitas, na serra do Barregudo.
  • Chegada de Baltasar e Blimunda, dois dias depois, a Mafra, fingindo que vêm de Lisboa.
  • Procissão em Mafra em honra do Espírito Santo, que sobrevoou as obras da basílica (na perspectiva dos habitantes).

Capítulo XVII
  • Trabalho procurado por Baltasar e Álvaro Diogo com a hipótese de ele trabalhar nas obras do convento.
  • Baltasar na Ilha da Madeira, local de alojamento para os trabalhadores do convento.
  • Descrição da vida nas barracas de madeira (mais de 200 homens que não são de Mafra).
  • Verificação do atraso das obras (feita por Baltasar) – motivos: chuva e transporte dos materiais dificultam o avanço.
  • Notícias de um terramoto em Lisboa.
  • Regresso de Baltasar ao Monte Junto, onde se encontra a passarola.
  • Visita de Scarlatti ao convento e encontro com Blimunda, sendo esta informada de que Bartolomeu de Gusmão morreu em Toledo, no dia do terramoto.

Capítulo XVIII

  • Enumeração dos bens do Império de D. João V.
  • Enumeração dos bens comprados para a construção do convento.
  • Realização de uma missa numa capela situada entre o local do futuro convento e a Ilha da Madeira.
  • Apresentação dos trabalhadores do convento e apresentação de Baltasar Mateus (já com 40 anos).

Capítulo XIX

  • Os trabalhos de transporte de pedra-mãe (Benedictione).
  • Mudança de serviço no trabalho de Baltasar: dos carros de mão à junta de bois.
  • Notícia da necessidade de ir a Pêro Pinheiro buscar uma pedra enorme (Benedictione).
  • Trabalho dos homens em época de calor e descrição da pedra.
  • Ferimento de um homem (perda do pé) no transporte da pedra (“Nau da Índia”).
  • Narrativa de Manuel Milho (história de uma rainha e de um ermitão).
  • Segundo dia do transporte da pedra e retoma da narrativa de Manuel Milho.
  • Chegada a Cheleiros e morte de Francisco Marques (atropelado pelo carro que transporta a pedra) bem como de dois bois.
  • Velório do corpo do trabalhador.
  • Manuel Milho retoma a narrativa.
  • Missa e sermão de domingo.
  • Final da história narrada por Manuel Milho.
  • Chegada da pedra ao local da Basílica, após oito dias de percurso.

Capítulo XX
  • Regresso de Baltasar, na Primavera, ao Monte Junto, depois de seis ou sete tentativas.
  • Companhia de Blimunda, passados três anos da descida da passarola, nesse regresso.
  • Confidência de Baltasar ao pai: o destino da sua viagem e o voo na passarola.
  • Renovação da passarola graças à limpeza feita por Baltasar e Blimunda.
  • Descida do casal a Mafra, localidade infestada por doenças venéreas.
  • Morte do pai de Baltasar.

Capítulo XXI

  • Auxílio desmotivado da Infanta D. Maria e do Infante D. José na construção da Basílica de S. Pedro (brinquedo de D. João V).
  • Encomenda de D. João V ao arquitecto Ludovice para construir uma basílica como a de S. Pedro na corte portuguesa.
  • Desencorajamento de Ludovice, convencendo o rei a construir um convento maior em Mafra.
  • Conversa de D. João V com o guarda-livros sobre as finanças portuguesas e preparativos para o aumento da construção do convento em Mafra.
  • Intimação de um maior número de trabalhadores para cumprimento da vontade real.
  • O rei e o medo da morte (que o possa impedir de ver a obra final).
  • Vontade de D. João V em sagrar a basílica no dia do seu aniversário, daí a dois anos (22/10/1730).
  • Chegada de um maior número de trabalhadores a Mafra (500).

Capítulo XXII

  • Casamento da Infanta Maria Bárbara com o príncipe D. Fernando de Castela e casamento do príncipe D. José com Mariana Vitória.
  • Participação de João Elvas no cortejo real para encontro dos príncipes casadoiros.
  • Partida do rei para Vendas Novas.
  • Percurso do rei na direcção de Montemor.
  • Trabalho de João Elvas no arranjo das ruas, após chuva torrencial, para que o carro da rainha e da princesa possa prosseguir para Montemor.
  • Esforço dos homens para tirar o carro da rainha de um atoleiro.
  • João Elvas recorda o companheiro Baltasar Mateus junto de Julião Mau-Tempo.
  • Conversa destes e a suspeita de que Baltasar voou com Bartolomeu de Gusmão.
  • Tempo chuvoso no percurso de Montemor a Évora.
  • Lembrança da princesa de que desconhece o convento que se está a erguer em favor do seu nascimento, depois de ver homens presos a serem enviados para trabalhar em Mafra.
  • Encontro do rei com a rainha e os infantes em Évora.
  • Cortejo real dirigido para Elvas, oito dias após a partida de Lisboa para troca das princesas peninsulares.
  • Reis de Espanha em Badajoz.
  • Chegada do rei, da rainha e dos infantes ao Caia, a 19 de Janeiro.
  • Cerimónia da troca das princesas peninsulares.
Capítulo XXIII
  • Cortejo de estátuas de santos em Fanhões.
  • Deslocação de noviços para Mafra nas vésperas de sagração do convento.
  • Chegada dos noviços.
  • Regresso de Baltasar a casa depois do trabalho.
  • Ida de Baltasar e Blimunda ao local onde se encontram as estátuas.
  • Apreensão de Blimunda ao saber que passados seis meses Baltasar vai ver a passarola.
  • O casal no círculo das estátuas e reflexão sobre a vida e a morte.
  • Despedida amorosa de Baltasar e Blimunda na barraca do quintal.
  • Chegada de Baltasar à Serra do Barregudo.
  • Entrada de Baltasar na passarola, seguida da queda deste e do voo da máquina.

Capítulo XXIV

  • Espera de Blimunda e posterior busca de Baltasar.
  • Entrada do rei em Mafra.
  • Grito de Blimunda ao chegar ao Monte Junto, depois de descobrir que a passarola não se encontrava no local habitual.
  • Encontro de Blimunda com um frade dominicano que a convida a recolher-se numa ruínas junto ao convento.
  • Tentativa de violação de Blimunda pelo frade e morte deste com o espigão que ela lhe enterra entre as costelas.
  • Blimunda faz o caminho de regresso a casa.
  • A ansiedade de Blimunda depois de duas noites sem dormir.
  • Final das festividades do dia, em Mafra.
  • Informação de Álvaro Diogo sobre quem está para chegar a Mafra.
  • Dia do aniversário do rei e da sagração da basílica.
  • Cortejo assistido por Inês Antónia e Álvaro Diogo, acompanhados por Blimunda.
  • Bênção do patriarca na Benedictione.
  • Final do primeiro dos oito dias de sagração e saída de Blimunda para procurar Baltasar.

Capítulo XXV

  • Procura de Baltasar por Blimunda ao longo de nove anos.
  • Apelido de Blimunda: a voadora.
  • Identificação de Blimunda com a terra onde ela permaneceu por largo tempo a ajudar os que dela se socorriam: Olhos de Água.
  • Passagem de Blimunda por Mafra e tomada de conhecimento da morte de Álvaro Diogo.
  • Sétima passagem desta por Lisboa.
  • Encontro de Blimunda (em jejum) com Baltasar, que está a ser queimado num auto-de-fé, junto com António José da Silva (O Judeu), em 1739.
  • Recolha da vontade de Baltasar por Blimunda.
Adaptado de: http://i9ensino.com/memorial-do-convento-resumo-por-capitulos/ 

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Visão Crítica




A perspectiva do narrador em Memorial do Convento apresenta uma visão crítica da sociedade portuguesa da primeira metade do século XVIII. Com isto verificamos que a obra transpõe a classificação de romance histórico, pois não se trata apenas de uma reconstituição de um acontecimento histórico, é antes um testemunho intemporal e universal do sofrimento de um povo sujeito à tirania da corte e sociedade da altura.

Na obra predomina o tom irónico (e até mesmo sarcástico) do narrador. É descrito o comportamento leviano do rei, a sua vaidade desmedida e as promessas megalómanas de que resulta o sofrimento do povo. 

O clero, que exerce o seu poder sobre o povo, também não escapa ao olhar crítico do narrador. A actuação da Inquisição é criticada ao longo do romance, nomeadamente, através da apresentação de diversos autos-de-fé e das pessoas que contemplam as fogueiras onde se queimam os condenados.

Verificamos, assim, que a crítica prevalece nas personagens de estatuto social privilegiado pois o narrador denuncia as injustiças sociais, a omnipotência dos poderosos e a exploração do povo que é evidenciada nas miseráveis condições de trabalho dos operários do convento de Mafra; isto acontece ao mesmo tempo que denota empatia face aos mais desfavorecidos, cujo esforço elogia e enaltece.

A crítica ainda se estende à Justiça portuguesa da altura, que castigava os pobres e despenalizava os ricos.

Em suma, Memorial do Convento, ao problematizar temas perfeitamente adaptáveis à época contemporânea do autor, constitui acima de tudo uma reflexão crítica, conducente a uma releitura do passado e à correcção da visão que se tem da História.


Adaptado de: http://webfoliodovitor.blogspot.pt/2012/05/memorial-do-convento-visao-critica.html

Contextualização da ação da obra "Memorial do Convento"


Estrutura

A estrutura de um romance assenta na coexistência de vários conflitos que se enredam e através do texto manifestam ou desocultam a realidade e os problemas do ser humano.
Em Memorial do Convento, observa-se uma reinvenção da História, de actos e de comportamentos para despertar os leitores para situações reais perturbantes que devem ser analisadas.  Pela ficção e com a sua palavra reveladora e denunciadora, José Saramago propõe o repensar da História à luz das mentalidades actuais e possibilita a consciencialização sobre a verdade do homem. Assim, consegue a missão do escritor 
que, numa realização estética, fornece uma mensagem ética.

A estrutura de Memorial do Convento apresenta duas linhas condutoras da acção – construção do convento de Mafra e a relação entre Baltasar e Blimunda – que se entrelaçam com acontecimentos diversos recolhidos na História ou fantasiados.

Memorial do Convento está dividido em vinte e cinco partes, ou capítulos, não nomeadas nem numeradas, mas perfeitamente reconhecidas pelos espaços em branco que as separam.

Acção

    O rei D. João V, Baltasar e Blimunda e Bartolomeu Lourenço são os protagonistas das acções da obra.
    Acção principal – construção do convento de Mafra.
   Acções secundárias – construção da passarola e a relação entre Baltasar e Blimunda.
   A acção principal decorre no século XVIII. Ambiente da época: sofrimento dos trabalhadores do convento, condição social e económica do país, autos-de-fé, comportamento do clero, etc.
  O rei D. João V, Baltasar e Blimunda e Bartolomeu protagonizam as diversas acções que se entretecem em Memorial do Convento.

      A acção principal é a construção do convento de Mafra. Esta acção resulta da reinvenção da História pela ficção. Situando-se no início do século XVIII, encontra-se um entrelaçamento de dados históricos, como o da promessa de D. João V de construir um convento em Mafra, e o do sofrimento do povo que nele trabalhou. Conhece-se a situação económica e social do país, os autos-de-fé praticados pela Inquisição, o sonho e a construção da passarola voador pelo padre Bartolomeu de Gusmão, as críticas ao 
comportamento do clero, os casamentos da infanta D. Maria Bárbara e do príncipe D. José.

      Paralelamente à acção principal, encontra-se uma acção que envolve Baltasar Sete - Sóis e Blimunda Sete - Luas. São estas as personagens que estabelecem, muitas vezes, o fio condutor da intriga e que lhe conferem fragmentos de espiritualidade, de ternura, de misticismo e de magia.

      A centralidade conferida às obras do convertido e os espaços sociais de Lisboa ou de Mafra dão frequentemente lugar a uma intriga de profunda humanidade trágica. As duas acções voluntariamente surgem em fragmentos que se reconstituem por encaixes vários e recriam situações, costumes, tradições, ambiente e problemas.




Espaço

      Os espaços principais são Lisboa e Mafra. Principais locais referidos na capital: Terreiro do Paço, Rossio, S. Sebastião da Pedreira, etc.
      Os espaços físicos privilegiados pela acção são Lisboa e Mafra. Entre os vários lugares da capital ou dos arredores são referidos com frequência o Terreiro do Paço, o Rossio, S. Sebastião da Pedreira, Odivelas, Xabregas, Azeitão e outros sítios. Nas referências a Mafra, encontramos Vela, onde se constrói o convento, Pêro Pinheiro, serra do Barregudo, no Monte Juno, Torres Vedras e outros locais.
     Outros espaços surgem na obra, embora possuam menor relevo ou sejam meras referências. Estão neste caso Jerez de los Caballeros, onde Baltasar perde a mão, Olivença, Montemor, Aldegalega, Morelena, Pegões, Vendas Novas, Montemor, Évora, Elvas, caia, Coimbra, Holanda ou Áustria.
      Lisboa e Mafra são também espaços sociais. Da primeira, afirma o narrador esta cidade, mais que todas, é uma boca que mastiga de sobejo para um lado e de escasso para o outro”. Sobre Mafra, encontramos constantes referências a que dava trabalho para muita gente, mas socialmente destruiu famílias e criou marginalização.
     O Alentejo surge igualmente como um espaço social importante, na medida em que 
permite conhecer-se a miséria que então o povo passava, “ “por ser a fome muita nesta 
província”.





Tempo

      Existe um desprezo pelo tempo cronológico. As referências temporais são escassas. Predominam as prolepses o que revela que o narrador é omnisciente. É deduzida a data de 1711: D. João V, “um homem que ainda não fez vinte e dois anos” (D. João nasceu em 1689). As referências temporais decorrem de referências a factos históricos (batalhas, etc.)

      A reconstituição da História passa pela ficção ou, como afirma o próprio José Saramago, “a História é ficção”. Daí se perceba o aparente desprezo do tempo cronológico. As referências temporais são escassas ou apresentam-se por dedução.O discurso flui, recuperando vários fragmentos temporais ou antecipando outros. As
analepses são pouco significativas, apenas surgem a justificar projectos anteriores. O 
pendor oral ou de monólogo mental e as digressões favorecem diversas prolepses que 
conferem ao narrador o estatuto de omnisciência e transformam o discurso num todo 
compreensível, apesar de toda a fragmentação.

     A  data  de 1711, tempo cronológico do início da acção, não surge explícita na obra, 
mas facilmente se deduz pelos dados utilizados. Se a referência a “há quinhentos anos”, 
em 1211, permite concluir que estamos em 1711, também ficamos a conhecer a mesma 
data se soubermos que o rei D. João V nasceu em 1689, há “vinte e dois anos”.

    Várias indicações temporais surgem associadas às primeiras datas. As idades de 
Sete - Sóis (26 anos) ou Blimunda (19 anos); a batalha em frente a Jerez de los Caballeros, em “Outubro do ano passado”; o regresso da nau de Macau que partiu “há vinte meses”, ainda Sete – sóis andava na guerra; o nascimento e baptizado da infanta Maria Bárbara ou do infante D. Pedro, que morrerá com dois anos; e o nascimento do futuro rei D. José em 1714.

     A narrativa termina nove anos depois da sagração do convento de Mafra, 
quando Blimunda encontra Baltasar a ser queimado em auto-de-fé, em Lisboa. Entre os 
condenados estava também o dramaturgo António José da Silva, que foi queimado 
precisamente em 1739.


As Personagens

 D. João V – sonhador, megalómano, minucioso, egocêntrico, poderoso, rico. Surge
como uma caricatura, ridicularizado, através da ironia.

 Baltasar – Tem grande dimensão psicológica. Após ter ficado maneta numa batalha, torna-se pedinte. Conhece Blimunda por quem se apaixona. Vai participar na construção da passarola e do convento. 

 Blimunda – Filha de uma condenada à morte pela Inquisição (por ser cristã-nova), conhece Baltasar. Blimunda é uma vidente que conhece o interior das pessoas.













































































Adaptado de:
http://catarinabarrocas.blogspot.pt/2012/06/memorial-do-convento-categorias-da.html
http://educalab.eu/wiki/images/a/ac/Memorial_do_convento_MATERIAIS_DE_ESTUDO.pdf

Linguagem e estilo de José Saramago

"Cada frase, ou discurso, ou o período, cria-sedentro de mim mais como uma fala do que como uma escrita. A possibilidade da espontaneidade, a possibilidade do discurso em linha recta, enfim, a direito, é muito maior do que se eu me colocasse na posição de quem escreve. 
No fundo, ao escrever estou colocado na posição de quem fala."

José Saramago, in Conversas, Mário Ventura, Publ. Dom Quixote, 1986
 
 
Uma das características mais notórias de José  Saramago é a utilização peculiar da pontuação.
Principal marca: nas passagens do discursodirecto:
-Eliminação do travessão e dos dois pontos;
-A substituição do ponto de interrogação e de outros sinais de
pontuação pela vírgula;
-Sendo o início de cada fala apenas assinalado pela
maiúscula.







Adjectivação dupla e superlativada
«correm águas abundantes e dulcíssimas para o futuro pomar e horta…» (p.88)
Adjectivação irónica
« feliz povo este que se regala de tais festas e desce à rua para ver desfilar a nobreza…» (p.86)
Aforismo
«Não está homem livre de julgar abraçar a verdade e achar-se cingido como o erro. Como livre também não está de supor abraçar o erro e encontrar-se cingido com a verdade…» (p.164)
Aliteração
«O capelão que leva a cauda quando a cauda tem de ser levada…» (p.86)
Arcaísmo
«devia ser ledice» (p.314)
Comparação
«e assim fica, enroscada como toupeira que encontrou pedra no caminho» (p.15)
Construções anafóricas
«Agora não se vá dizer que, por segredos de confissão divulgados…»;  «Agora não se se vá dizer que D. Maria Ana…»; «Agora não se vá dizer que el-rei contará as luas…» (p.26)
Diminutivos
«o bispo vai fazendo sinaizinhos da cruz...» (p.28); «fitinhas de cores» (p.29); «povinho derramado em pavores e súplicas» (p.29)
Enumeração
«a cidade é imunda, alcatifada de excrementos, de lixo, de cães lazarentos e gatos vadios, e lama mesmo quando não chove» (p.28); «Está o penitente diante da janela da amada, em baixo na rua, e ela olha-o dominantemente, talvez acompanhada de mãe ou prima, ou aia, ou tolerante avó, ou tia azedíssima...» (p.29)
Expressões populares/ provérbios
«ainda agora a procissão vai na praça» (p.11); «olho vê, mão pilha» (p.20)
Gradação
«O homem primeiro tropeça, depois nada, depois corre, um dia voará…» (p.63)
Hipérbole
«à vista do mar de povo que enchia a praça…» (p.98)
Inversões de expressões bíblicas
«Pater nostre que non estis in coelis» (p.159)
Ironía
«El-rei, como os infantes seus manos e suas manas infantas, jantará na Inquisição depois de terminado o ato de fé…» (p.51)
Jogos de palavras
»os santos no oratório apuram o ouvido às ardentes palavras que debaixo  do sobrecéu se murmuram, sobre o céu está, este é o céu e não há melhor…» (p.158)
Latinismos
«Te Deum laudamus» (p.87)

Metáfora

«a ordem franciscana colherá a palama a vitória» (p.26) «a procissão á uma serpente enorme que não cabe direita no Rossio...» (p.158)
Onomatopeias
«arre burro, toque, toque» (p.274)
Polissíndeto
«Isto que aqui vês são as velas que servem para cortar o vento e que se movem segundo as necessidades, e aqui é o leme com que se dirigirá a barca […] e este é o corpo do navio dos ares...» (p.67)
Quiasmo
«todos têm uma parte de ciência e outra de mando, a ciência por causa do mando, o mando por causa da ciência...» (p.252)
Repetições
«não fales, Blimunda, olha só, olha como esses teus olhos que tudo são capazes de ver...» (p.53)
Sinestesia
«puxa o cordão da sineta […] pairam cheiros diversos» (p.17)
Registo de língua
(Popular; Familiar; Cuidado)
Interacção com a literatura portuguesa
(Quadros populares; contos tradicionais) (Luís de Camões, Os Lusíadas; Padre António Vieira, Sermão e Santo António aos Peixes) (Fernando Pessoa, Mensagem) (Estilo Barroco)
Introdução do fantastico
«Entre S. Sebastião da Pedraria da Pedreira e a Ribeira entou Blimunda em trinta e duas casas, colheu vinte e quatro nuvens fechadas, em seis doentes já as não havia, talvez as tivessem perdido há muito tempo, e as restantes duas estavam tão agarradas ao corpo que, provavelmente, só a morte as seria capaz de arrancar de lá. Em cinco outras casas que visitou, já não havia vontade nem alma, apenas o corpo morto, algumas lágrimas ou muito alarido.» (p.182)
A música como metáfora de arte literária
«Se a música pode ser tão excelente mestra de argumentação, quero já ser músico e não pregador, Fico obrigado pelo cumprimento, mas quisera eu que a minha música fosse um dia capaz de expor, contrapor e conclui como fazerem sermão e discurso» (p.164)





















Adaptado de: http://redouanermili3.blogspot.pt/p/linguagem-e-estilo.html

Manual Interacções Português 12ºAno