quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Contexto histórico de "Felizmente há Luar!"


Apesar de a ação da obra ter lugar em 1817, importa situar os acontecimentos que estão na sua origem:

- Com autoproclamação de Napoleão, em 1799, como 1.º  imperador dos franceses, a Europa atravessa um período conturbado. A situação política em Portugal reflete, pois, decisões estrangeiras 

- Intimado por Napoleão a declarar guerra à Inglaterra, em 1805, o Governo Português tenta contemporizar, fechando os portos às mercadorias, mas não hostilizando os ingleses residentes. 
 
- Forçado a aderir ao bloqueio continental, em 1807,  Portugal sequestra alguns bens ingleses, apesar de 
permitir a livre circulação dos produtos. A dubiez do Governo desencadeia a ira de Napoleão, que, nesse mesmo ano, conclui um tratado com Espanha e exclui Portugal do mapa europeu. Para a execução do tratado, o imperador francês envia Junot para o nosso país. O príncipe regente, D. João, a conselho do Governo Inglês, abandona Portugal e refugia-se no Brasil. 

- Após as batalhas de Roliça e do Vimeiro, em 1808, Wellesley derrota as tropas francesas, as quais são 
autorizadas a sair do país com todos os despojos de guerra. Um ano depois, em 1809, Soult invade, pela 2.ª vez, Portugal, e novamente Wellesley e Beresford rechaçam o exército invasor. Massena será o último representante napoleónico a tentar conquistar Portugal. 

- Em 1810, as tropas invasoras são derrotadas nas batalhas do Buçaco e de Linhas de Torres. Com a rendição da guarnição francesa, o exército francês abandona, definitivamente, o país. 
 
- A corte estava ausente (o rei encontrava-se no Brasil) e a administração do reino fora entregue a uma tríade 
governativa (D. José António de Meneses e Sousa Coutinho, D. Miguel Pereira Forjaz e William Beresford).  
Mas o país era palco de descontentamento, motivado não só pela ausência da corte, como também pelas 
dificuldades acrescidas advindas da guerra. 
A contestação ao governo “fantoche” liderado por Beresford e a pesada carga onerosa para a manutenção 
da corte e do rei, entretanto aclamado (em 1816) em terras estrangeiras, geravam a desconfiança e o desagrado de um povo, que, mais uma vez, se sentia abandona à sua triste sorte. 


A passividade e o clima de suspeição que se sentia propiciaram as ideias de conjura e a procura de um líder. Amado pelo povo, respeitado pelos amigos e odiado pela classe governativa, Gomes Freire é escolhido como elemento sacrificial, não pelas ações que comete, mas pelo perigo que representa. 
Estes são, no fundo, os antecedentes que explicam, em Felizmente há Luar, o TEMPO DA HISTÓRIA, 
que é diferente do  TEMPO DA ESCRITA, embora entre ambos haja um paralelismo histórico, quer em 
relação ao estado do país, quer em relação à política vigente.




Retirado de: http://ciberjornal.files.wordpress.com/2009/01/ficha-inform-sobre-contextualizacao-historico-social-felizmente-ha-luar.pdf 

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